
Sinceramente? Não sei o que passa na cabeça dos meninos. Eles me deixam confusa. Semana passada chegou a notícia de que o Ricardo estava namorando com aquela vaca e depois que ele me viu chorando por causa dos tais problemas não deixou de me ligar um dia. Anda mostrando interesse nos meus compromissos e até ouvindo a minha banda preferida. O que ele quer finalmente? - Perguntei-me durante todo o semestre. Ele não ia terminar com a Sophia e estava na cara que só poderia ser mais uma brincadeira de mal gosto. Só que eu estava desamparada e eu queria ajuda. queria alguém que segurasse a minha mão e fui deixando ele se aproximar para ver onde isso iria dar e foi aí que ele, o engraçado do sorriso bonito e olhos verdes, se tornou meu amigo.
- Patrícia - Falou Ricardo baixinho enquanto esfregava a mão grosseiramente na minha cabeça. - Está livre amanhã?
- Ei, cuidado. Não, não estou. Você sabe que temos prova semana que vem.
- Verdade... hm...
- O que foi, Ricardo?O que você quer?
- Queria te levar para lanchar naquela nova lanchonete da praça. - Eu cai em gargalhadas na mesma hora. Era cômico ser chamada para sair por um menino. - Não, Ricardo - Completei após parar de rir.
- Para de ser chata e nerd, não custa nada. Diz siiiiim, por favor!
- Não.
- Sim, Patrícia, só algumas horas.
Então eu aceitei e às 6h em ponto ele bateu em minha porta. Minha irmã atendeu e olhou para escada onde eu estava descendo rápido com um olhar de caçadora. Pensei que a forma que ela apertava a maçaneta iria arrancá-la e jogaria em mim mandando eu voltar para o quarto.
- Boa noite, Stela. A Patrícia está?
- Olá, Ricardo. Sim, só um minuto. - Stela, minha irmã mais velha, deu as costas para ele e se dirigiu a mim um pouco brava - Não tínhamos combinado que a louça ficaria com você essa noite? Onde você vai?
- Vou comer fora hoje com o Ricardo.
- E quem deixou?
- Stela, é ali na praça e não vou demorar.
- Ta certo, pode ir. - Então corri até a porta e lá estava ele. Com o olhar perdido nas esculturas dos meus pais.
-Belas esculturas, Patrícia.
- São sim...
- Nossa, como você está bonita - retrucou arregalando os olhos e me fitando lentamente dos pés a cabeça. - Vamos?
- Sim.
Eu não estava bonita. Meu velho all star vermelho e um vestido florido apenas. O que tinha demais? O cabelo estava preso atrás da orelha, nada que chamasse atenção, e então percebi que os meninos mentem com muita facilidade. Mas por que ele queria me agradar? Não sei. Nos divertimos. A nova lanchonete tinha uma variedade incrível de lanches, uma música ambiente harmoniosa, um sorvete delicioso e o papo foi bem bacana. Girava em torno de séries, filmes, a prova final do semestre e as viagens que ele sonhava em fazer. Quando olhei para o relógio eram 22h e eu sabia que tomaria uma tremenda bronca quando chegasse em casa. O Ricardo se ofereceu para me levar e quando chegamos na minha porta ele segurou as minhas mãos.
- Amanhã nos vemos na escola.
- Ta bom, boa noite. - Não queria que ele me soltasse. E, deslizando os dedos entre os meus ele se despediu com um beijo na testa e foi embora.
Muito fofo, me lembrou meus tempos de escola.
ResponderExcluirVocê escolheu os nomes do meu tio e da minha tia, adorei!
beijos
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Que bom que gostou... Espero que continue acompanhando essa estória que escrevo com tanto carinho. Grande beijo!
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